sábado, 12 de fevereiro de 2011

Alma branca, alma de ferro



Eu prometi a mim mesma que não ia mais chorar. Eu prometi a mim mesma que ia parar de quebrar as promessas e as regras, fazer todo mundo de bobo, empurrar o tempo com as memórias, encher o mundo de expectativas.

Eu prometi a mesma que seria grande, filha da mãe natureza, fazer o que bem entendesse no meio da estrada, ver o universo através de óculos de cebola.

Só que eu não me lembrava disso. Não lembrava.

Foi aí que eles me chegaram bem na frente dos olhos. Libertei um desejo latente de me revisar através dessas canções, todas finalmente saídas de minha inércia fria de pequenez escondida na superfície.

Eu ouvi a voz do John, o piano do Paul, George, While My Guitar Gently Weeps, Ringo, Don't Pass Me By, a gaita, Rocky Racoon, Good Night, JohnPaulGeorgeRingo, uma palavra só, uma imagem, um som, uma nota, dois álbuns, UM álbum.

Meu Deus, lá estavam Sexy Sadie num violão, Blackbird tão triste, o espírito dos porquinhos, one, two, three, four, I will, I'm So Tired e a bateria num lado do ouvido, cigarros na mão direita, George e sua blusa preta, amarela, listrada: "I'll just be singing to guide you."

Julia e Mary Jane. Bebopalula.


"Okay, Robert, reach for this one! Were any of them any good?"

Foram sim, John. E eu não precisei dar tudo que tinha por um pouco de paz.

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