sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Release me

Uma vez me perguntei o que fizeram com meus desenhos feitos

e pintados

na infância.

Expectativas mortas?

Tintas borradas em rastros deixados por ladrões que me levaram areia da praia?

é o caos cansado de guerra

sábado, 24 de setembro de 2011

Toes


Como ser tão constante como uma estrela do Norte?

Ou se manter viva sobre o fio transparente que se desdobra duas vezes sobre a indiferença?

é comum ainda estar de pé? Estar bem na frente, atrás do mundo, à esquerda do indesejado?

Parece que a rotina te manda sinais de ocupação: "Não olhe para atrás, ser forte é só pra quem sabe o que é ser forte."

é como se só veias já não fossem necessárias para segurar um coração, um corpo e uma alma

e eu juro que ouço aplausos, gritos de satisfação, cabelos cortados e crescidos.

é a vontade de magoar, abrir feridas, machucar as palavras e os livros.

Não se exponha ao perigo e à insegurança. Ande sobre a ponta dos pés

saiba o que pensar, onde achar o silêncio no barulho

encoste teu ouvido no peito de uma estátua triste, abra a porta para entrar o inesperado;

Venha, mude teu jardim abandonado, planeje as cores da parede de tua casa.

Teu pedido é meu comando

domingo, 18 de setembro de 2011

Senso Comum


Sai de mim, silêncio

para que eu possa gritar em cima do espelho partido do esquecimento;

Sai de mim, silêncio

para que então eu saia da via-crúcis da vida para entrar na do sonho;

Sai de mim, silêncio

rasga-me o véu dos passos contidos para que eu possa andar em selva de pedra;

Sai de mim, silêncio

rouba-me o caos, tira-me o nada, apresenta-me às impossibilidades;

Sai de mim, silêncio

mostra-me o meu negativo, os contrários, a cidade das almas perdidas;

Sai de mim, silêncio

Sai de mim

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

domingo, 11 de setembro de 2011

Reminiscência


et maintenant,

nous sommes deux

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Supernova


e as pessoas vão ficando mais feias e distantes
e eu não tenho noção do tempo
caminhar por aí de graça, a minha poesia caiu fácil dentro de olhos cansados
os rostos esquecidos se refletiram na bala que não foi atirada
no tato cego num caminho no escuro

a minha nudez explica tudo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A verdade atrás dos olhos

Françoise Dorléac

Sharon Tate


Monica Vitti

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Este lado do paraíso

Cacos de vidro enterrados por seis meses:


Sorry, mr. Bangs;
Mr. Crowe;
Mr. Bernstein;
Mr. Woodward;

mas a verdade que eu tanto procurava estava escondida na minha pele;
no meu sangue;
nas unhas roídas.

Não, eu não matei a espera. Só não a deixei respirar.