domingo, 31 de julho de 2011

A verdade


Le Boulangère de Monceau (1963), de Éric Rohmer

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caixa de chuva


Já construí minha casa: coloquei as canções favoritas numa bolsa de veludo e os livros amarelados numa estante branca;

Já construí minha personalidade: levei a Olivetti de grãos de poeira e as fotos velhas de astros de cinema decadentes para o meu melhor amigo e amante;

Já deixei minha marca na casa velha: água fria com açúcar para os beija-flores;

Já garanti minha felicidade para dez anos: prendi meu riso entre as mãos;

Só não me cortei no vidro partido: eu parti primeiro

domingo, 24 de julho de 2011

shine a light


Parece que não há mais palavras,

só olhares direcionados a números pintados numa parede verde

visão embaçada da lua que se move rápida entre os dedos.

Pisei nos meus escritos, no meu futuro, na minha língua muda, na minha paranoia

e no meu olhar triste de terras baixas

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Isolation

Estou fazendo exatamente como a Greta Garbo em Rainha Christina


Só que ao tocar o invisível com as pontas dos dedos sem tato, não olhar para os rostos e borrar as cifras das músicas de vozes desafinadas, eu acabo esquecendo os quartos - este quarto.

Não quero memorizar paredes, travesseiros manchados de rímel preto,blusas brancas, azuis e amarelas, aromas de sabonete de frutas frias, o escuro atrás de meus olhos - nada.

isolação

sábado, 16 de julho de 2011

some (where)


"Maybe I've never really loved
I guess that is the truth
I've spent my whole life in clouds at icy altitude
And looking down on everything
I crashed into his arms
Amelia it was just a false alarm"

Thanks for the words, Ms Mitchell.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Movimento em falso


Cansei de enganar todos com minha alegria falsa de dois amores segurados em bancos de sorveteria no meio da praia. A tristeza não é bela, feia, falso brilhante, surpresa que explode entre os lábios presos em mentira encontrada sobre o céu? Vou deixar tudo parado, gosto de álcool cego, angústia comprimida em espaços de 2 milímetros, nada do que vi é separado do melhor, mantenha na mente todas as coisas que você já esqueceu;

Barulho de vidro quebrando me incomoda, beba até ficar de pé onde você já esteve antes mas não quer continuar depois.

São as esperas iluminadas pela decepção, sensações jogadas no meio das mesmas pessoas vistas sob a procura embaçada do cansaço e da névoa;

O que queima é a ausência de dor azul, cinza escuro, verde claro, imagens que se movem de tão vivas, vermelhas e desesperadas

Promessas e expectativas são companhias para os solitários

terça-feira, 5 de julho de 2011

Temporária

Julie Christie

Sem sapatos e indefesa como o filho de um cara rico.

É tudo feito de pedra ou rocha dura?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Words on Fire


e com a minha própria resistência, enterro segredos sob minha pele. Por que tentar ser tão dissimulada? Olhos oblíquos de indiferença?

E se ficar muito tarde e eu não puder esperar, tenho meu gosto amargo e as vontades fracassadas.

sempre as vontades massacradas.