domingo, 26 de fevereiro de 2012

I cry their names


Numa vibe tão McQueen e Dunaway today...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

um certo olhar


Tem momentos que tudo que a gente deseja é fazer o mundo acontecer,

ou esfriar as convenções, atar os problemas à loucura e lançá-los na boca do inferno;

ou imaginar que tudo é preto no branco, imaginação boba, vozes veladas;

é como aquela fala de "Hiroshima, Mon Amour": às vezes temos que evitar pensar nos problemas que a vida apresenta, do contrário, a gente sufocaria.

Contudo, chega aquela hora que eu só queria expressar o que urge dentro de mim, as linhas que fazem meus caminhos, ter forças para me atirar ao mar

mas só surgem notas mudas

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Bem alto


"Além do mais, não tenho paciência com gente que não consegue desprender-se das coisas, que continua indo atrás delas e se lamenta. Quando algo acabou, então acabou. Chegou ao fim e pronto. Deixe ir! Ignore e console-se, caso queira consolar-se, com o pensamento de que jamais se recupera a mesma coisa que se perdeu. Sempre será uma coisa nova. No momento em que nos deixa, ela se modifica. Isso é verdade até mesmo em relação a um chapéu de que se corre atrás; e eu não me refiro a um plano superficial, mas a um plano profundo... Jamais lamentar, jamais olhar para trás: fiz disso uma regra de vida. Lamentar-se é um estarrecedor desperdício de energia, e ninguém que pretenda ser escritor pode se permitir tamanha indulgência. Não se pode dar forma a isto; a partir disso nada se pode construir; serve apenas para a gente chafurdar. Claro que olhar para trás é igualmente fatal para a Arte. É manter-se pobre. A Arte não pode e não suportará a pobreza."

Katherine Mansfield, 1920

E ainda estou de pé.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A ameaça vazia

I press reset, god dammit!

A Resposta (II)

"But the smell of the world came into my lungs
The sound of the gravel when my legs went numb
And my heart nearly burst right out of my chest
And it felt so good to know I wasn't dead"
(Kathleen Edwards)

Engraçado como qualquer pessoa pode encontrar o que falta dentro ou fora de si na letra de uma música. É aquela sensação de ver a si mesmo exposto em sons de baixos, baterias,vozes nítidas, em palavras em francês, alemão, inglês, português, violão alegre, violão triste, letras de homens e mulheres que você provavelmente nunca vai conhecer. E tudo isso leva o ouvinte a perguntar como aquela canção foi feita, o que levou o compositor a escrevê-la. "Ora, mas esse aí sou eu!"


É quando uma música de 2 minutos vira uma de 23, toda a melodia vira uma só palavra e, às vezes você se pergunta se somos todos iguais por sentirmos as mesmas coisas quando estamos apaixonados, com raiva ou simplesmente deslumbrados - porque a identificação com uma música ocorre quando você menos espera. Experimente ouvir seu disco favorito ou até aquele que você às vezes ouve no carro ou só escuta uma ou duas faixas. Melhor que escutá-lo com fones de ouvido, é sentar-se bem próximo ao aparelho (para quem ainda cultiva este hábito) e tentar prestar atenção às letras, vale até colar. Acredite, é uma ação surpreendente (Fiz isso com Another Side of Bob Dylan há alguns meses - para nunca mais largar o disco).

O ato de escutar fica ainda melhor se você tem a capa do álbum nas mãos. Ok, nessa era de downloads, iTunes e Lastfm ninguém tem mais a coragem de dar 30 reais num disco. Mas parece que o ouvir fica mais físico, vivo e música chega a você mais diretamente só em segurar a imagem que a contém. Escutar o Blue (1971) da Joni Mitchell dá uma ideia da dimensão desse ato: o azul da capa transborda nas mãos, a sua tristeza queima nas letras impressas:

"Blue, songs are like tattoos
You know I've been to sea before
Crown and anchor me
Or let me sail away
Hey Blue, here is a song for you
Ink on a pin
Underneath the skin
An empty space to fill in"
A nossa resposta pode chegar em forma de versos, canções como tatuagens, mensagens simples, cifradas ou pretensiosas, escritas atrás de um mapa do Canadá, em papeizinhos vagabundos, agendas compradas na Quinta Avenida ou simplesmente feitas com um violão ou um piano no meio de uma sala em cinco minutos. E, de repente, você se torna a música que ouve.

Which Will

Nick Drake ditando as regras desde 1969:


"Which will you answer
Which will you call
Which will you take for
For your one and all?"

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Resposta


Deu vontade de escrever novamente só depois de ver essa maravilha que é The Help!

E sim, Jessica Chastain e Octavia Spencer, esse aqui é de vocês!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fakin' It

"I'm such a dubious soul
And a walk in the garden
Wears me down
Tangled in the fallen vines
Pickin' up the punch lines
I've just been fakin' it,
Not really makin' it"

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Furacão de vidro


E foi bem depois que descobri o que estava na minha alma;

Bem depois;

E eu escolhi, eu vivi num casulo branco escondido nas minhas canções nostálgicas, nas três fotos expostas entre livros e copos de água que só faziam acalentar minhas soluções atormentadas;

Eu alimentei uma besta, deixei morrer uma vida;

Era só a minha mente que sabia pouco, mas também era meu coração, que falava muito;

E todas aquelas lembranças que enchiam minhas noites sem palavras, as noites de lua cor-de-rosa?

Arranquei com a esperança que surge com uma nova vida, espectros sujos de quem olha com sentimentos, mas é respondido com palavras.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

80 coups

6 de fevereiro de 1932: parabéns, François Truffaut!