sexta-feira, 6 de setembro de 2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Via férrea


Georges Seurat (1881-82)

Assim como aeroportos, tenho um fascínio imenso por estradas de ferro, concreto, barro, areia... Elas podem te dissolver nas milhões de conexões que te ligam a todos os tipos de mistérios que você só vivencia nesses lugares. Estradas, nuvens e aeroportos são os elementos mais puros da surpresa, do acaso, das experiências mais bonitas. Toda vez que viajo de avião, faço empenho de me sentar perto da janela: algo tão banal como as nuvens me levam ao estado momentâneo de uma certa felicidade plena que só é superada quando a aeronave aterrissa e me encontro perdida (e encantada) nos corredores e saguões lotados de gente de todas as partes do mundo, de todas as línguas, de todos os perfumes, de todas as graças...

Terra Estrangeira



Nós só tínhamos uma noite. Eu pegaria meu avião no dia seguinte e ele teria que encontrar o irmão para um compromisso bem cedo. Éramos dois estrangeiros numa terra estrangeira: eu nunca havia estado no Rio de Janeiro antes e ele, americano da Califórnia, mal sabia arranhar um português na sua estadia de dois meses no País.

Tentamos utilizar aquelas poucas horas das maneiras mais espontâneas possíveis. Eram piadas e aulas tortas de português e inglês que se perdiam embriagadas nos nossos beijos manchados do meu batom vermelho e que tinham gosto de cerveja e de uma curiosidade que só foi parcialmente saciada quando nos encontramos no prazer que é estar no limite do amor físico.

Dançamos à três da manhã na calçada da Praia de Copacabana, nos abraçamos apertados dentro de um casaco minúsculo observando o nascer do sol
na areia. Falamos de nossos países, do que partia nossos corações, das músicas que adorávamos. 

"I want to know your secrets", ele me disse

"You'll have to find that by yourself", respondi.

E foi tudo tão rápido, natural, sem amarras, gestos e movimentos que aconteciam ao mínimo toque das nossas vontades.

Eu não quis trocar fotos, e-mails, facebook ou algo do tipo. Pra quê? Parecia que aquele momento só seria eterno enquanto estivesse preso à minha memória, àquela noite, sem prolongamentos, sem continuações. 

Ele é do tipo que acredita em destino, mas agora começo a fazer as pazes com a realidade e as ideias fortes de desapego, deixar ir, fluir, acontecer... Pela primeira vez, por incrível que pareça, eu vivi.

Lembrei-me agora de uma entrevista com a Elizabeth Bishop em que perguntaram se ela já se via como escritora desde jovem. "Não, tudo acontece sem que você pense a respeito. Eu nunca quis ir para o Brasil. Nunca tive intenção de fazer nenhuma dessas coisas. Acho que tudo simplesmente aconteceu."

Paremos de pensar nisso, então.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Lover of Mine


"Tu dois faire ta vie toi même" - Victoria Legrand

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Geografia


Com amor, da minha querida, adorável e amada Elizabeth Bishop

E ah, como adoro encontrar passagens perdidas de poemas que você identifica na primeira página qualquer de um livro que sempre te encarou na estante!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Melhor cartaz


Melhor filme

an ache

O que será esse tempo todo que me foge dos pensamentos? Um intervalo para um estado puro, divino, de graça? O que chamo de dor está bem ali preso nas minhas palavras açoitadas pela mudez permanente?

Sagrada paz de espírito, atravesse essas cortinas de papel claro, as paredes que crescem fundas nos meus seios e caminhe sobre a minha pele que transpira ânsia por um destino mais visível e satisfatório.

E sabe quando o coração quer pular do peito, os lençóis misturando-se aos cabelos recém-lavados e frios, as mãos abraçando sua consciência que se estende ali, culpada, indecisa, quase morta? Chamei esse momento de meu, esmagando meus papeis sujos de tinta preta, destruindo as idealizações apresentadas na minhas patéticas ascensões ao topo das nuvens mortais do desejo.

78 botões de açúcar, 30 dias vividos entre vinho e rosas, 72 horas de embriaguez, 5 minutos de aplausos vindos com a surdez. 



E tudo termina quando essa contagem começa. A antecipação me trouxe até aqui.

sábado, 20 de julho de 2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

Oh, alma miserável


                                                                         Ainda em transe

sexta-feira, 12 de julho de 2013

sábado, 29 de junho de 2013

Outono



Sad wings where your voice was
Tears, tears, where my heart was
And ever with me
Child, ever with me
Silence where hope was
                                                                                                        Walter de La Mare

domingo, 23 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Mea Culpa



Me perdoa por me deixar sucumbir ao fracasso e te guardar na minha memória pequena;

Me perdoa por achar que te amaria em homenagens medíocres expostas em palavras ainda mais fracas;

Me perdoa por querer juntar minha afeição à tua felicidade em celulóide quando na verdade era o meu medo que me guiava;

Me perdoa por tentar te admirar, te compreender, te misturar aos meus sonhos;

Me perdoa por desejar viver em função da tua obra;

Me perdoa

domingo, 2 de junho de 2013

"Traces of grace just in your honor..."


Um cigarro e um incenso no começo

No meio veio chuva

No fim chegaram flores, todas trazendo o cheiro forte e verde de folhas que depois se misturaram à água e a meu rímel que borrava minha blusa clara

E foi ali que no meio de todos aqueles gritos, das (minhas) chamadas por atenção

Ela me olhou nos olhos e disse:

I love you too

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Serpentes

tenho que aprender a calar a boca, refrear as ações, destruir as súplicas

ondas de entusiasmo não fazem ninguém viver, tudo fica na mesma.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Anel de fumaça para minha consciência

escreva, escreva, escreva, escreva
vomita as tuas palavras, faz nascer tuas frases
não engula, não mate teus filhos
escreva, escreva, escreva
exploda com as letras, morra de overdose de linhas
mas escreva
escreva
escreva

sexta-feira, 10 de maio de 2013

domingo, 5 de maio de 2013

Santuário




"O amor dos livros. Minha biblioteca é um arquivo de anseios."

Susan Sontag 

Meus livros e suas vidas escondidas me acalmam. 
Muito embora eu queira me perder neles e nunca achar o caminho de volta.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Holà


é o mais gatinho do cinema. Amém.

domingo, 14 de abril de 2013

O amor menos zero


Yes, she's true like ice
Like fire

sábado, 23 de março de 2013

O que mostra um olhar


Catherine Deneuve. Os Guarda-Chuvas do Amor, 1964.

sexta-feira, 22 de março de 2013

...E o amor chegou a Cannes


Paul e Joanne, as melhores personificações do mais primário dos sentimentos no Cinema. Lindo, lindo, lindo!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Meu amorzinho,


Sissy Spacek, sua lindinha! (1977)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Então isso acontece:


1990


2009


                                                                           2013

Tendo uma taquicardia agora, bye

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Bien?



Non, tout ne va pas bien

sábado, 9 de fevereiro de 2013

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lembrança

                           Saio do meu jejum e deixo as palavras com a minha querida Suze Rotolo:



"It isn't you baby, it's me and my ghost
and your holy ghost.
There is a saying about one's past catching up
with them
mine not only did that, it overran the present.
So tomorrow when the future takes hold
I'll be sitting in the background with the Surrealists."
                                                                                                                               (Janeiro de 1963)

domingo, 13 de janeiro de 2013

Depressa


                                                     Mauvais Sang (1986), dir. Leos Carax

domingo, 6 de janeiro de 2013

O continente




"Uma Mulher Para Dois era filmado de longe, em espaço e tempo, então os choques dolorosos eram amortecidos. Em As Duas inglesas e o Amor, eu quis que o público sentisse as emoções dos personagens, se possível até fisicamente. Se não tenho vergonha de dizer que gostaria o público chorasse ao vê-lo é que os atores realmente choraram enquanto o faziam"

                                                                                                                          François Truffaut (1971)

Eu senti todas essas emoções, aquelas que chegam de repente como erupções do mais cruel dos vulcões, querido Truffaut.

E as sinto até hoje...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Ah

E ainda me pergunto por que amo este pequeno grande idiota. Kevin Parker, seu cretino:




 Aqui com um plus do traseiro do Joe:


                            E, claro, os maiores babes e losers e wankers que a Austrália já produziu:



Feliz Ano Novo