quinta-feira, 21 de abril de 2011

Especulações

Quando eu tinha cinco anos, acontecia de chover no final de semana que eu passava com minha avó. Naquela época, eu não sabia o que era um trovão e, toda vez que eu ouvia um, imaginava uma grande geladeira amarela derrubada por um gigante de blusa azul no céu frio. Quando eu perguntava à minha avó o que era aquele barulho tão forte, ela só ria e depois concordava com minha suposição a respeito do gigante e da geladeira.

Ninguém me avisou que o céu podia cair sobre nossas cabeças. Acho que foi por causa disso que minha avó não me disse nada a respeito dos trovões, talvez ela já soubesse que a gente não podia ter medo do inevitável ou do que se esconde por trás de nossa felicidade ferida. Descobrir o que eu já devia saber não me deixou atrás dos outros, só aumentou minha vontade de olhar para dentro.

Mas se dentro a gente não tem nada!

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