segunda-feira, 9 de maio de 2011
De manhã

aqui estamos nós dentro dos anos passados em sonhos;
tentaram ler minhas mãos, mas só encontraram pinturas vindas de orações esquecidas em linhas empoeiradas;
levante a cabeça, não deixe mais nada acontecer
assista a filmes e coma suas imagens, derreta os movimentos no céu da boca, vista os sons em atos transparentes entre unhas de cores cegas;
venda o mundo e compre-o de novo, das massas para as massas;
como foi mesmo aquele último ano passado em Marienbad?
ah, as árvores nem faziam sombra sob o sol,
só lembro que lavei meus cílios com água de chuva
tentaram ler minhas mãos, mas só encontraram pinturas vindas de orações esquecidas em linhas empoeiradas;
levante a cabeça, não deixe mais nada acontecer
assista a filmes e coma suas imagens, derreta os movimentos no céu da boca, vista os sons em atos transparentes entre unhas de cores cegas;
venda o mundo e compre-o de novo, das massas para as massas;
como foi mesmo aquele último ano passado em Marienbad?
ah, as árvores nem faziam sombra sob o sol,
só lembro que lavei meus cílios com água de chuva
terça-feira, 3 de maio de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Colheita

E nem olhava para a cara de quem a segurava. Dormia num quarto separado, quando na verdade eram eles eram mais que um;
Escondida na concha vazia, já ouvia aquelas palavras agora pronunciadas sem uma cor que as definisse, frases que juntassem os sentidos em lapsos de segundos trancados em seis lugares invisíveis;
O pescoço quente e frio, o chocolate engolido à força em colheres presentes a cada cinco minutos, o corpo inerte em peso morto de aurora;
e eu tateava o teto, soltava as mãos, ouvia o silêncio preenchido com palavras absurdas deitadas em cansaço e decepção. Quem ali conhecia a verdade? Quem ali sabia o que estava fingindo?
Peça para eles pularem mais alto, viverem mais décadas, pararem de se importar.
Beijei a cova com a cabeça dentro d'água. E tudo ainda continua a esquentar.
O pescoço quente e frio, o chocolate engolido à força em colheres presentes a cada cinco minutos, o corpo inerte em peso morto de aurora;
e eu tateava o teto, soltava as mãos, ouvia o silêncio preenchido com palavras absurdas deitadas em cansaço e decepção. Quem ali conhecia a verdade? Quem ali sabia o que estava fingindo?
Peça para eles pularem mais alto, viverem mais décadas, pararem de se importar.
Beijei a cova com a cabeça dentro d'água. E tudo ainda continua a esquentar.
domingo, 24 de abril de 2011
Lots of laughs

Chega aquele momento ridículo em que você acredita que já é tarde demais para fazer as decisões corretas. O que fica mais claro - e machuca e queima - é que a porcaria da sua alma não consegue mover-se sozinha como antigamente, que você já não consegue andar com suas próprias e raras experiências vividas bem próximas à ilusão que é doce para você, mas inteiramente amarga para os outros.
"Prenda-me no cais morto ou deixe-me navegar sozinho, por favor" é o que todo mundo diz para si mesmo quando a visão está adormecida na sua consciência empoeirada, uma sensação presa ao corpo que só reage ao som de risadas falsas e belas mentiras.
Escondi meus sapatos debaixo da cama e o batom vermelho dentro da bolsa. É difícil fazer milagres, muita gente desiste antes que eles aconteçam. Talvez já seja algo, não?
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Especulações
Quando eu tinha cinco anos, acontecia de chover no final de semana que eu passava com minha avó. Naquela época, eu não sabia o que era um trovão e, toda vez que eu ouvia um, imaginava uma grande geladeira amarela derrubada por um gigante de blusa azul no céu frio. Quando eu perguntava à minha avó o que era aquele barulho tão forte, ela só ria e depois concordava com minha suposição a respeito do gigante e da geladeira.
Ninguém me avisou que o céu podia cair sobre nossas cabeças. Acho que foi por causa disso que minha avó não me disse nada a respeito dos trovões, talvez ela já soubesse que a gente não podia ter medo do inevitável ou do que se esconde por trás de nossa felicidade ferida. Descobrir o que eu já devia saber não me deixou atrás dos outros, só aumentou minha vontade de olhar para dentro.
Mas se dentro a gente não tem nada!
Ninguém me avisou que o céu podia cair sobre nossas cabeças. Acho que foi por causa disso que minha avó não me disse nada a respeito dos trovões, talvez ela já soubesse que a gente não podia ter medo do inevitável ou do que se esconde por trás de nossa felicidade ferida. Descobrir o que eu já devia saber não me deixou atrás dos outros, só aumentou minha vontade de olhar para dentro.
Mas se dentro a gente não tem nada!
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