Essa obrigação de escrever sobre tudo que vejo, falar sobre isso e aquilo, impressões que nem tenho na superfície...
Tudo isso me arranca os nervos, o desejo cítrico de continuação. Eu só quero ver e sentir tudo dentro de mim.
Será que é tão difícil?
segunda-feira, 28 de maio de 2012
domingo, 20 de maio de 2012
Sunday, le dimanche
é como aquela velha canção do Travis
"O meu lado esquerdo está no direito, o meu interior está no exterior"
Tentar não se sentir tão bem é um forma de se alcançar, de não tentar demais, o esforço que só é encontrado dentro de qualquer um que ainda tente viver, dádiva amaldiçoada.
E quando não se encontra as palavras que compõem o caminho, as fragilidades que nos seguram as mãos, meros instrumentos de nosso desejo de continuarmos aqui só para sentir mais um domingo entre as permissões?
É só tentar se mistificar.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Para alcançar a juventude
vou utilizar um dos velhos clichês:
leio e escrevo só para aliviar a dor.
Mesmo que essa dor já saiba me escrever e, com mais frequência, também me ler.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Sal de prata
Passar um domingo inteiro na praia. Seria cedinho, até lavaria os cabelos antes. Tomaria uma xícara de chá preto com duas bolachas e sairia antes do sono me levar. E comigo iria um disco do Best Coast e um soul do Ottis Redding.
Eu demoraria um pouco para entrar no oceano, só para sentir o calor do sol na minha pele. Daí eu me levantaria e andava devagar até a água. Ficava lá um bom tempo, porque o mar me faz pensar nas coisas que nem consigo lembrar quando estou na terra. Ia mais fundo, até onde meus pés pudessem alcançar e mergulhava para sentir aquele sal nos cabelos e no corpo.
(É importante observar que, muito embora a maioria vai à praia com alguém, também é bom ir sozinho, principalmente na hora de capturar as ondas.)
Eu sairia da água com os cabelos duros de tanto sódio, a boca cortada de espumas - mas a minha parte que atormenta, que machuca e chora ficaria afogada bem no fundo, bem no fundo do oceano.
Quando fosse o momento de chegar em casa, eu comeria com a fome dos que pedem amor, porque o mar te faz sentir-se assim, apaixonado, nem que seja por nada. Mas antes tomaria banho de água doce, beberia essa água e sentiria o doce misturar-se ao salgado do mar da minha boca, como o açúcar que se dissolve na língua depois que a gente prova uma torta de canela e maçã.
E, por fim, eu teria um sono misturado a lençóis com o mesmo cheiro do meu hidratante de manga e laranja, mesmo sentindo os músculos mergulhados na água. Alguém aí já teve a sensação de, depois de sair do mar, anda achar que está dentro dele? Porque eu ainda consigo sentir as ondas se mexerem perto do meu travesseiro...
Eu acordaria na segunda-feira com os cabelos cheirando a sal e iria para a aula ainda com os olhos ardidos, o algodão da roupa tocando as conchas nos bolsos.
Tudo isso para querer voltar, mais uma vez, para o mar.
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