sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

a minha imitação da vida


Quero concentração
Ambições
Desejos e vontade de querer mais
Quero ter um gosto melhor, luzes da cidade, luzes da ribalta
Na verdade, eu queria mesmo sorrir mais
Tentar agradar menos, sentir bombons de licor, cigarros misturados à cerveja
Jogar fora esse amor proibido (e quase enterrado)
Não queria sonhar tanto com o passado - o andarilho sempre insiste em desaparecer
Duas, três vezes
E eu espero, acordo com o coração no travesseiro, calafrios e sensação térmica de natureza morta

Os meus surtos agora estão presos numa jarra de vidro, escondida atrás das minhas roupas
Mas elas têm lábios de fantasmas e chegam a três minutos de eu tomar uma decisão importante
Eu me afasto, me isolo, me prendo dentro das minhas ambições natimortas
Não quero que essa seja a minha existência-vida
O bom é sentir o gosto branco dos cubinhos de açúcar e o cheiro cremoso da manteiga que comi na Suíça
E eu sinto falta da Europa
Sinto falta de Paris, tu me manques
Ali minha vida não foi uma imitação, eu existia
Insônia que toma conta do meu inverno da alma
E de uma vida que não passa de imitação

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