é com o vestido claro afogado na água fria
com a cera do batom vermelho misturado à saliva
e o calor que me confunde os cabelos no pescoço
que digo que você ainda não saiu de mim - o que quer ou quem quer que seja
e eu constato isso nos meus momentos mais sagrados - nas palavras dos meus livros favoritos, nas notas das minhas canções que enchem o meu quarto ou nos longos minutos sentados perto de mim em mais uma das minhas viagens em ônibus tão cheios, mas tão vazios que me levam a intervalos de quatro horas de pura insatisfação;
será que você pode me dizer o que ainda nos une? Ou o que nos separou? Porque eu só consigo enxergar imagens embaçadas nos meus sonhos perturbados, um daqueles em que a gente se perdia, mas eu era a unica que tentava te encontrar, mas nunca te via;
eu acordei com a angústia no lugar do cobertor e, nessa hora, meu corpo estava azul, blue, bleu;
ainda te vejo nas minhas horas mais tristes, nas minhas horas mais felizes
no meu sono intranquilo
mas eu só te peço para ficar para trás, volte para onde veio, não tente se mover
quem sabe só assim EU volto para onde vim
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